Da BBC
Mas como algumas das populações de muitas espécies, como o pinguim-de-barbicha (Pygoscelis antarctica) e o pinguim-de-adélia (Pygoscelis adeliae), estão em rápido declínio, os cientistas precisavam de novas maneiras de estudar essas aves e as ameaças que elas enfrentam.
Para resolver o problema, no ano passado, pesquisadores da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, e da Divisão Antártica Australiana instalaram câmeras automáticas por todo o continente antártico e subantártico e gravaram cada minuto da temporada de acasalamento em várias colônias diferentes.
Quase 200 mil imagens foram produzidas e precisavam ser analisadas cuidadosamente. Tarefa prontamente adotada por 1,5 milhão de voluntários que viram as fotografias na internet: eles ajudaram a fazer uma contagem dos pinguins, assim como de seus filhotes e seus ovos, e reportaram comportamentos estranhos ou surpreendentes, em um projeto coletivo chamado Penguin Watch.
Descobertas sem interferência
Uma delas foi que certos grupos de pinguins usam suas fezes (ou guano) para derreter o gelo do solo antes do que seria desaparecimento natural.
Os pesquisadores também observaram várias pombas-antárticas (Chionis alba) cercando as colônias de pinguins no inverno, apesar de até então se acreditar que essas aves migravam para a América do Sul nessa época.
Agora, mais 500 mil novas imagens de pinguins estão sendo divulgadas para marcar o Dia Mundial do Pinguim, em 25 de abril.
Além disso, os cientistas também continuam a instalar novas câmeras na região.
"Até agora, isso só era possível instalando GPS nos pinguins. A expectativa é que, ao desenvolvermos um método não invasivo, consigamos rastrear pinguins em todo o Oceano Austral sem que os pesquisadores perturbem os animais", explica.
As informações obtidas a partir das fotos vão ajudar os cientistas a entender o que os pinguins fazem no inverno, como as mudanças climáticas e a atividade humana afetam sua procriação e sua alimentação, e por que algumas colônias e espécies estão lutando para sobreviver enquanto outras estão prosperando.
"As câmeras em time-lapse revolucionaram nossa capacidade de recolher dados vindos de um grande número de locais simultaneamente. Monitorar mais regiões e comparar aquelas onde a atividade pesqueira é maior com onde ela é menor, por exemplo, vai nos permitir entender quais dessas ameaças estão modificando as populações e como podemos mitigá-las."
Os cientistas também esperam usar o trabalho dos voluntários para "ensinar" um computador a contar os pinguins com precisão e a identificar indivíduos de diferentes espécies."
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