Da BBC
O fungo parasita - e aparentemente saboroso - não ficou famoso apenas por dividir opiniões. Ele também é considerado por muitos o maior organismo vivo da Terra.
Trata-se mais precisamente de um tipo específico do fungo Armillaria que fica em Blue Mountains, no Estado americano do Oregon, que mede 3,8 km de comprimento e é considerado o maior ser vivo da Terra.
Há diversas espécies de fungos do gênero Armillaria, também conhecido como "cogumelo do mel". Eles colonizam e matam diversas árvores e plantas lenhosas – aquelas que produzem madeira.
Os grandes grupos de cogumelos marrom-amarelados que vemos sobre o solo são apenas uma parte de organismos muito maiores.
Esses organismos são compostos de rizomorfos (estruturas com aspecto semelhante ao de raízes das plantas capazes de transportar nutrientes por grandes distâncias) pretos que lembram cadarços e se espalham sob a superfície em busca de novos anfitriões e de redes subterrâneas de filamentos tubulares conhecidas como micélios.
Mas foi apenas nos últimos anos que cientistas descobriram o tamanho que essas estruturas atingem.
Assassinos de árvores
Eles identificaram áreas afetadas em fotografias aéreas e coletaram amostras de raízes de 112 árvores mortas ou que estavam morrendo, a maioria pinheiros. Testes mostraram que todos, exceto quatro, haviam sido infectados pelo fungo Armillaria solidipes (que antes era conhecido como Armillaria ostoyae).
Quando micélios de A. solidipes geneticamente idênticos se encontram, eles podem se fundir e formar um novo indivíduo. Os pesquisadores aproveitaram essa habilidade para cultivar amostras de fungos em pares em placas de Petri. Ao observar quais se fundiam e quais rejeitavam os outros, eles descobriram que 61 árvores haviam sido abatidas pela mesmo colônia clone – indivíduos com formação genética idêntica que se originaram de um mesmo organismo.
Naquela época, o maior organismo vivo conhecido era um fungo da mesma espécie descoberto em 1992 no sudoeste de Washington, que se estendia por 6,5 km².
Há um antigo debate entre biólogos sobre o que constitui um organismo individual. Mas a colônia-clone recordista A. Solidipes passa no teste com base na definição de indivíduo único como um ser feito de células geneticamente idênticas que conseguem se comunicar e que têm um objetivo comum ou conseguem, pelo menos, se coordenar."
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