Mas não são os únicos: há muito mais criaturas do que se imagina passando a vida a beber o sangue alheio. De algumas você nem ao menos desconfiaria:
Tentilhão vampiro
O bicho vive nas Ilhas Wolf, as mais remotas do arquipélago de Galápagos, que fica no Oceano Pacífico e pertence ao Equador. Um lugar isolado do mundo e marcado por uma paisagem com montanhas sombrias.
O tentilhão da ilha se parece com os outros passarinhos da espécie, mas inclui na dieta, composta de sementes e vermes, sangue, muito sangue.
O animal ataca pássaros maiores saltando em suas costas e, usando o bico, abre um buraco para sugar o sangue. O mais incrível é que as vítimas não reagem – cientistas especulam que, enganadas pelos tentilhões vampiros, pensam que eles estão apenas tirando piolhos de suas costas.
Beber sangue permite aos tentilhões sobreviver aos meses mais áridos do ano. E como eles são a espécie de pássaro mais numerosa das Ilhas Wolf, não raro é possível ver vários deles em uma fila macabra para “jantar” uma vítima.
Besouro assassino
O besouro assassino faz jus ao nome: é um expert em estratégia, tocaia e faz uso de uma arma letal.
Há 7 mil tipos desse inseto, e suas dietas variam: alguns atacam abelhas e outros sugam o sangue, ironicamente, de morcegos-vampiros. Todos, porém, usam um sinistro tipo de multiferramenta: o ferrão.
Enquanto outros predadores se dão ao trabalho de matar a presa antes, o besouro-assassino usa sua arma para injetar nas vítimas um coquetel de enzimas que as transforma, literalmente, em uma sopa. O ferrão então é usado como um conveniente canudinho, não raramente quando a vítima ainda está agonizando.
Esperto, o bicho chega a fingir que caiu em uma teia para enganar (e atacar) aranhas, por exemplo.
Outra espécie, a Acanthaspis petax, ataca formigas e depois usa seus corpos para formar uma espécie de armadura – alguns exemplares já foram vistos com mais de 20 formigas mortas coladas ao corpo.
Humanos também estão no cardápio: um encontro com esses besouros foi narrado por ninguém menos que Charles Darwin.
No Brasil, esses besouros são conhecidos como barbeiros e são a principal causa da doença de chagas.
Sapo vampiro voador
Lá, a bióloga Jodi Rowley descobriu em 2010 uma espécie macabra, totalmente desconhecida pela ciência.
No início, ela achou ter identificado apenas um tipo de sapo que vivia nas alturas, saltando e planando entre as árvores.
Porém, ao usar um microscópio para examinar os olhos de um girino do anfíbio, a bióloga descobriu que ele tinha dentes de vampiro.
Trata-se, no entanto, de um vampiro diferente: em vez de sangue, suga os ovos postos pela própria mãe nas poças localizadas nos buracos das árvores em que vivem.
Aranha saltadora do Quênia
Por isso, são vampiras-indiretas: atacam os mosquitos que atacam os humanos. Trata-se do único animal conhecido pela ciência que ataca uma presa com base em seus hábitos alimentares.
Não bastasse serem únicas, essas aranhas têm um gosto refinado: são loucas pela fêmea do Anopheles gambiae, o mosquito da Malária.
Mas, como elas distinguem um mosquito do outro? E como sabem se é macho ou fêmea?
Começa com um pouco de "matemática": as aranhas observam o ângulo dos corpos dos insetos em repouso – o Anopheles, por exemplo, repousa em 45 graus. E, como apenas a fêmea do mosquito bebe sangue, as predadoras as identificam pelo cheiro da bebida e por suas antenas, que são mais decoradas que as dos machos.
Piolho comedor de língua
O #tunagate, hashtag pela qual o caso ficou conhecido na internet, teve como pivô o Cymothoa exígua, uma espécie de parasita marinho que ataca as línguas dos peixes para sugar seu sangue.
E o mais interessante não é isso: a espécie muda de sexo.
Antes de achar um hospedeiro, o piolho é macho. Ele invade os peixes pelas guelras e, enquanto se alimenta, vira fêmea, num processo em que seus olhos encolhem e as pernas se expandem.
Quando a língua do peixe cai, o piolho fêmea se transforma em uma espécie de língua biônica. Ela acasala com outros machos que entram no peixe e dá à luz a uma série de parasitas machos (pelo menos por um tempo), que ganham o mundo à procura de mais vitimas.
Mariposa vampira
O menor vampiro do mundo
Mas trata-se de vampiros do bem: seu prato favorito é a Pseudonoma aeruginosa, bactéria responsável por infecções pulmonares em pacientes com fibrose cística.
A Pseudonoma é um inimigo complexo, resistente a antibióticos graças a um “escudo” que cerca sua membrana.
Mas não é páreo para os ataques da Micavibrio. Por isso, alguns cientistas batizaram esse pequeno vampiro de antibiótico vivo."
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