Tatu-canastra: o engenheiro do ecossistema

Tatus-canastras (Priodontes maximus) são verdadeiros "engenheiros do ecossistema", afirmam pesquisadores que descobriram que suas tocas servem como habitat e abrigo para outras espécies. O projeto 'Tatu-Canastra', feito no Pantanal, durou dois anos, e foi liderado pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e pelo Royal Zoological Society da Escócia. O estudo pretende entender mais sobre esses animais, que gastam 75% de seu tempo no subsolo em tocas escavadas por suas impressionantes garras. (Tatu-canastra do lado de fora de sua toca. Foto: Kevin Schafer).
Os cientistas usaram câmeras sensíveis ao movimento, entre 2010 e 2012, e registraram 24 espécies diferentes, utilizando as "casas" dos tatus para diversos motivos, como esta jaguatirica que caçava lagartos e outras pequenas presas na entrada da toca. (Jaguatirica visita toca do tatu-canastra. Projeto Tatu-Canastra)
Caititus também foram observados dentro das tocas do tatu-canastra, diz Arnaud Desbiez, autor do estudo e pesquisador do Royal Zoological Society de Escócia. (Caititu dentro da toca. Projeto Tatu-Canastra).
Uma família de quatis também foi fotografada procurando por sua presa em um monte de areia na entrada da toca do tatu. (Quatis próximos a toca do tatu-canastra. Projeto Tatu-Canastra).
Mamíferos não são os únicos animais atraídos pelas tocas, diferentes espécies de aves, como a seriema (foto), a gralha e o mutum foram flagrados pelas câmeras. (Seriema investiga a toca do tatu. Projeto Tatu-Canastra).
Grandes mamíferos, como esses dois pumas, escolheram a toca como local de descanso. (Dois pumas na toca do tatu. Projeto Projeto Tatu-Canastra).
Uma anta, acompanhada por uma gralha cinza, também foi registrada descansando sobre o monte de areia formado após a escavação da toca do tatu. (Anta e gralha cinza na entrada da toca. Projeto Tatu-Canastra).
As tocas dos tatus-canastra podem ter até 5 metros de profundidade. Pesquisadores registraram javalis, queixada, e caititus se esfregando no monte de areia quando o solo ainda estava fresco e úmido após a escavação. (Javali descansa próximo a toca do tatu-canastra. Projeto Tatu-Canastra).
Imagens mostram cutias entrando e saindo das tocas, as vezes em dupla. (Cutias saindo da toca. Projeto Tatu-Canastra).
No total, outras três espécies de tatu foram registradas usando a toca por períodos contínuos. Eles incluíram o tatu-galinha (foto), o Cabassous unicinctus (popularmente conhecido como tatu de rabo mole comum), e o tatupeba. (Tatu-galinha dentro da toca do tatu-canastra. Projeto Tatu-Canastra).
Tamanduás-mirins tiveram as estadias mais prolongadas na toca do tatu-canastra, e foram observados alimentando-se de cupins e formigas enquanto estavam lá. (Tamanduá-mirim dentro da toca do tatu-canastra. Projeto Tatu-Canastra).
"É incrível ver como uma espécie tão reservada pode desempenhar um papel tão importante dentro da comunidade ecológica", disse o coordenador do projeto Arnaud Desbiez, do Royal Zoological Society da Escócia. Ele espera que a revelação sobre papel fundamental desses animais nos ecossistemas resulte em uma maior proteção da espécie. Todas as fotos cortesia: Projeto Tatu-Canastra. (Tatu-canastra entrando na toca. Projeto Tatu-Canastro)
Aqui, um guaraxaim se refugia em uma toca. (Guaraxaim dentro da toca do tatu-canastra. Projeto Tatu-Canastra).
Renata Leite Pitman foi a primeira pesquisadora a documentar a função dos tatus-canastra como engenheiros do ecossistema. Enquanto liderava um projeto sobre mamíferos raros e em perigo na Amazônia, Pitman observou o raro cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas (Atelocynus microtis), utilizando 13 diferentes tocas do tatu-canastra para se abrigar em um dia, na Estação de Pesquisa Los Amigos, na Amazônia Peruana. (Cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas dentro e fora da toca de um tatu-canastra na Estação Los Amigos na Amazônia Peruana. Foto: Renata Leito Pitman)

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